A pandemia e a guerra psicológica nos meios de comunicação estão deixando muitas pessoas mentalmente doentes: ansiedade, depressão e paranoia. Elas não conseguem diferenciar e confundem a realidade, pensamentos e emoções. Assim, acabam mais confusas, medrosas e paranoicas, reivindicando o controle totalitário dos comportamentos por meio do Estado. Abaixo, faremos uma breve análise cognitiva-comportamental.
Heurísticas e guerra psicológica
Os meios de comunicação influenciam a tomada de decisão das pessoas por meio das heurísticas da disponibilidade: a guerra psicológica. As heurística são atalhos cognitivos que a mente utiliza para fazer julgamentos e tomar decisões. Elas ocorrem de forma rápida, automática e inconsciente, demandando poucos esforços psicológicos. A mente recorre a esses atalhos cognitivos sobretudo diante problemas imediatos e complexos. Por exemplo, você é a favor ou contra autoritária e totalitária Lei Marcial, por parte da “Saúde Pública Policial”, na contenção do corona vírus? Para responder a essa pergunta complexa, você provavelmente recorreu a heurística da disponibilidade, embora sem consciência.
O terrorismo psicológico dos meios de comunicação é uma estratégia internacional de guerra psicológica: a Teoria da Subversão. Esse terror psicológico pode desencadear fenômenos psicopatológicos, não somente ansiedade e depressão, mas também paranóia, depressão e histeria coletivas. Quem não teve algum momento de perturbação mental durante a quarentena, ao sentir algum mal-estar e o interpretar como contaminação? O menticídio (termos da psicologia que estuda técnicas de lavagem cerebral, “o assassinato da mente”) foi uma das estratégias que os nazistas e soviéticos utilizaram na Segunda Guerra Mundial.
Indicadores de saúde e tomada de decisão clássica
A taxa de mortalidade é um indicador de saúde construído a partir de métodos epidemiológicos, utilizado na tomada de decisão clássica por agentes de saúde pública. A taxa de mortalidade expressa o risco de morte numa determinada população, espaço e tempo, diferentemente da mortalidade proporcional, que não denota risco de morte. Por exemplo, na atual data (21/04/2020), a taxa de mortalidade por corona vírus no Brasil é de 6,3 óbitos para 100.000 habitantes, sendo no mundo 6,9 óbitos para cada 100.000 habitantes. Embora a proporção de mortos pelo corona vírus nos EUA seja maior que em Taiwan (mortalidade proporcional), isso não significa que o risco de morte nos EUA seja maior que em Taiwan.
Para se ter noção, a taxa de mortalidade materna no Brasil é de 64,5 óbitos para cada 100.000 nascidos vivos (vide). Já a taxa de mortalidade infantil brasileira é 1240 óbitos para cada 100.000 nascidos vivos. Portanto, a probabilidade de uma brasileira grávida morrer, como por complicações obstétricas, é 10 vezes maior que pelo corona vírus. Já a probabilidade uma criança brasileira morrer, como por complicações no parto, é 197 vezes maior que pelo corona vírus. Ao compararmos a taxa de mortalidade do corona vírus com outras taxas de mortalidade, é mais provável brasileiros morrerem por homicídios, balas perdidas, acidentes no trânsito, dentre outras causas.
No entanto, é importante enfatizar que os métodos epidemiológicos são extremamente complexos, pois envolvem bioestatística avançada. Para comparar taxas, é necessário realizar ajustes por outras variáveis, como idade, sexo e acesso a saúde. Além disso, é necessário testar interação de efeitos, como a presença de doenças prévias e acesso a saúde. Os estudos epidemiológicos podem conter também erros sistemáticos e aleatórios, como falsos-positivos e falsos-negativos. Enfim, ao compararmos a taxa de mortalidade do corona vírus com outras taxas, pretendemos apenas destacar a guerra psicológica subversiva dos meios de comunicação.
Erros comuns no raciocínio epidemiológico
Números absolutos e relativos: os números absolutos (como números de morte por corona vírus num país) não possibilitam comparações entre populações. Por exemplo, 100 óbitos por corona vírus pode ser devastador para uma pequena tribo indígena com 150 membros no Amazonas. Porém, 100 óbitos pode ser insignificante para uma grande metrópole com 12 milhões de pessoas, como São Paulo. Devido esse problema de natureza matemática dos números absolutos, apenas os números relativos são utilizados para realizar comparações entre populações (100 óbitos para cada 100.000 habitantes).
Taxas e proporções: as proporções (como a mortalidade proporcional por corona vírus) não estimam risco de morte, mas apenas suas magnitudes em relação a outras causas de morte. Por exemplo, a mortalidade proporcional por corona vírus é maior que a mortalidade proporcional por picada de cobra cascavel. Em outras palavras, a quantidade de pessoas que morrem no mundo por corona vírus é maior que a quantidade de pessoas que morrem por picada de cobra cascavel no planeta. No entanto, o risco de morte por picada de cobra cascavel é 2000 óbitos para cada 100.000 habitantes, 32 vezes maior que o risco de morte por corona vírus.
Taxas brutas e ajustadas: As taxas brutas (como a taxa de mortalidade por corona vírus) estimam o risco de morte, mas sempre numa determinada população, espaço e tempo. Para comparar as taxas de mortalidade entre diferentes populações, é necessário remover os efeitos confundidores, como as diferenças sociodemográficas. Por exemplo, um país com muitos idosos, muitos portadores de doenças crônicas e sistema de saúde precário terá maior taxas de mortalidade por corona vírus, quando comparado aos países com perfis sociodemográficos distintos.
População e população sob risco: para estimar as taxas (como a taxa de mortalidade por corona vírus) é necessário delinear a população sob risco, que faz parte do denominador da equação matemática. Por exemplo, qual o risco de um homem ter câncer de útero, uma vez que homens não possuem útero? Nesse caso, a probabilidade é 0 (zero), pois os homens não fazem parte da população sob risco passiva de desenvolver câncer de útero. No que se refere ao corona vírus, a população sob risco tem se mostrado especialmente idosos, portadores de doenças crônicas e profissionais de saúde.
Risco individual e populacional: o risco populacional (taxa de mortalidade por corona vírus) incide sobre a população sob risco, não sob o indivíduo. Por exemplo, o risco de desenvolver câncer de pulmão incide sob uma população em risco, em determinado espaço e tempo; tanto nos fumantes quanto nos não-fumantes. O risco de câncer de pulmão dentre os tabagistas é 10 vez maior dentre os fumantes, quando comparado aos não-fumantes. Como o risco é populacional (e não individual), sempre haverá câncer de pulmão em algumas poucas pessoas saudáveis. Em resumo, sempre haverá óbitos de pessoas jovens e saudáveis vítimas fatais do corona vírus, porque o risco é populacional e probabilístico.
Fatos objetivos e critérios diagnóstico: todos os critérios diagnósticos em saúde pública possuem erros de medida, como erros aleatórios e sistemáticos (vieses). As probabilidades de falso positivo e falso positivo estão sempre presentes, pois os valores preditivos são influenciados pelos instrumentos de medidas. Há sempre chance de superestimar ou subestimar as taxas de mortalidade pelo corona vírus, devido esses critérios diagnósticos.
Ignorar outras variáveis ou indicadores importantes: os estudos epidemiológicos são realizados de acordo com os modelos teóricos-causais, no caso o conhecimento científico sobre doenças infecciosas. Como se trata de uma doença nova (pelo menos em tese), há a possibilidade da saúde pública ignorar outras variáveis ou indicadores também importantes. Por exemplo, embora a taxa de mortalidade por corona vírus seja baixa, a sua infectabilidade é alta, o que poderia superlotar o sistema de saúde durante os picos de epidemia. Nesse raciocínio, seria necessário considerar outros indicadores de saúde, como o número de leitos (em CTI e respiradores mecânicos) para cada 100.000 habitantes.
Considerações finais
A pandemia e a guerra psicológica nos meios de comunicação estão deixando muitas pessoas mentalmente doentes: ansiedade, depressão e paranoia. As heurísticas nos meios de comunicação fazem com que as pessoas pensem que “o mundo está acabando”, pois suas mentes foram inundadas por informações, não raro contraditórias. Ninguém precisa ser especialista para perceber que a pandemia foi politizada, os meios de comunicação promovendo terrorismo psicológico. Enfim, esperamos que esse artigo traga aos leitores algumas estratégias de defesa psíquica perante a guerra psicológica dos meios de comunicação.
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