O tratamento cognitivo-comportamental da dependência química é bastante completo. Ele engloba técnicas cognitivas e comportamentais indispensáveis na reabilitação. Se você tem problemas com dependência química, não deixe a “vaca ir para o brejo” (fale comigo).
O que é dependência química?
A dependência química é um transtorno mental, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Ela envolve fatores genéticos e socioculturais. A pessoa nasce com uma predisposição genética para desenvolver vícios, e o ambiente sociocultural pode inibir ou desencadear a manifestação dessa tendência.
Cérebro viciado
O cérebro do dependente químico apresenta estrutura e funcionamento diferentes. Desde a infância, a pessoa pode mostrar traços e tendências ao “vício”. É aquela criança “viciada” em algo, compulsiva, acumuladora e com baixo limiar para frustração. Na adolescência, esses “vícios” infantis podem ser substituídos por outros, saudáveis ou não, como maconha, álcool, cocaína, refrigerantes, academia, fast food, pornografia, etc. A dependência química propriamente dita geralmente começa na adolescência e se manifesta mais claramente na vida adulta.
Psicoeducação
A psicoeducação é central no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. Como transtorno mental, a dependência química apresenta componentes genéticos e socioculturais, além de alterações na estrutura e no funcionamento do cérebro. Sem compreender a fundo a dependência química, dificilmente a pessoa conseguirá se manter sem drogas.
Repertório comportamental
Ampliar o repertório comportamental é essencial no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. A pessoa precisa aprender a lidar com a ansiedade, frustração, ócio, tristeza, perdas, dores, etc. Sem esse desenvolvimento, recaídas são mais prováveis em momentos difíceis.
Terapia de exposição
A terapia de exposição é indispensável no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. Vários reflexos condicionados precisam ser dessensibilizados, ou seja, desaprendidos. Quanto mais a pessoa evita ou foge de estímulos, mais fortes eles se tornam. Sem entender o aspecto contrassensual da exposição, será difícil enfraquecer a fissura por drogas.
Reestruturação cognitiva
A reestruturação cognitiva também é fundamental no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. O dependente químico frequentemente apresenta distorções cognitivas, como pensamentos paranoicos, egocêntricos, mágicos ou mesmo delirantes. Sem essa reestruturação, dificilmente a pessoa conseguirá desenvolver pensamentos racionais, lógicos e realistas.
Atividade física, sono e nutrição
Atividade física, sono e nutrição são essenciais no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. O corpo humano precisa estar em equilíbrio com a natureza para restabelecer o ciclo circadiano. Sem esses cuidados, a aprendizagem, a memória e a qualidade de vida ficam comprometidas.
Suportes familiares e sociais
Os suportes familiares e sociais também são indispensáveis no tratamento cognitivo-comportamental da dependência química. Instituições como Narcóticos Anônimos (NA), Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS-AD), residências terapêuticas e ONGs podem ajudar bastante. Muitas vezes, os familiares também precisam de tratamento e orientações para lidar com a codependência.
Desenvolvendo vícios saudáveis
O cérebro do dependente químico tende ao vício desde a infância. Assim, uma estratégia eficaz é substituir vícios prejudiciais por saudáveis. Exemplos incluem vício em academia, corrida, estudos, passeios, filmes ou música (saiba mais). Essa estratégia comportamental é fundamental para criar novas conexões neurológicas alternativas às drogas.
Comorbidades psiquiátricas
A dependência química frequentemente está associada a outros transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno de ansiedade generalizada, fobias e estresse pós-traumático. O tratamento deve envolver profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
Mitos sobre a dependência química
“Problema é espiritual”
A dependência química não é causada por forças espirituais. Essas interpretações podem ser sintomas psiquiátricos. Por exemplo, partes do “EU” do dependente químico são expulsas da consciência como uma força maligna externa que o persegue.
“Problema é passageiro”
A dependência química não tem cura, apenas tratamento. Internações e medicamentos fazem parte do processo, mas não resolvem sozinhos. Por exemplo, a família pode se sentir “livre” ao internar o dependente químico, mas se não continuar tratamento a tendência de recaídas é grande.
“Problema é moral”
A dependência química não está ligada ao caráter ou à índole da pessoa. Prisão ou violência não são soluções. Por exemplo, a polícia pode prender um “noiado” várias vezes, mas ele continuará “fazendo merdas” até ser assassinado na rua.
Considerações finais
A dependência química é um transtorno mental crônico e incapacitante. Se não tratada corretamente, pode ser fatal. O tratamento cognitivo-comportamental oferece uma abordagem eficaz para a reabilitação. Conheça o WAF Psicologia: Atendimento Online.