Comunismo na América Latina: Terrorismo e Guerrilha dos Anos 60 e 70

A América Latina vivenciou um período de intensa instabilidade política durante as décadas de 1960 e 1970, marcado pelo surgimento de movimentos armados inspirados pelo comunismo internacional. O objetivo declarado desses grupos marxistas armados era implantar uma ditadura no continente, alinhando a região ao bloco comunista da União Soviética. Neste artigo de opinião, abordaremos as influências psicológicas desses grupos terroristas e armados no imaginário dos brasileiros.

Guerra Fria e Comunismo Internacional

O comunismo na América Latina é parte de um movimento internacional, autoritário e totalitário. Durante a Guerra Fria, seu objetivo era dominar o mundo, incentivando, financiando e treinando grupos revolucionários armados na Ásia, Europa, África e Américas. As Guerras da Coreia, do Vietnã, em Cuba e no Camboja mostram o efeito devastador do comunismo em países cujas forças armadas não reagiam. A ideologia comunista se propagava não apenas pelas armas, mas também pela subversão, desinformação e outros métodos.

Revolução e Contrarrevolução

As revoluções comunistas armadas se espalharam pelo mundo, especialmente após a Revolução Russa de 1917. Na América Latina, surgiram diversos grupos armados de inspiração marxista-leninista, marxista-maoísta e outras variantes. O objetivo era sempre o mesmo: implantar a ditadura do proletariado, destruir o liberalismo, o capitalismo e a democracia — consideradas “coisas de burgueses”. No Brasil, as intentonas comunistas, a Coluna Prestes e as guerrilhas rurais marcaram décadas antes da intervenção militar de 1964, mostrando que a ameaça do comunismo na América Latina já existia muito antes do regime militar.

Organizações Armadas de Esquerda

Diversos grupos comunistas revolucionários armados surgiram no Brasil impulsionados pelo comunismo na América Latina. Todos tinham o mesmo objetivo: implantar a ditadura do proletariado. Eles eram financiados, incentivados e treinados pelo bloco comunista — Cuba, China e URSS —, com muitos militantes recebendo instrução em táticas terroristas e guerrilheiras. A seguir, destacamos algumas dessas organizações:

Ação Libertadora Nacional (ALN)

Fundada por Carlos Marighella, a ALN tinha como meta derrubar o governo por meio de atentados, sequestros e sabotagens. O sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969, exemplifica suas ações. Além disso, o grupo foi responsável por ataques a quartéis e explosões em locais públicos, como o atentado à sede do consulado norte-americano em São Paulo. A ALN buscava instaurar um regime socialista de partido único, sem preocupação com a democracia, a liberdade ou a propriedade privada.

Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)

Criada por Carlos Lamarca, capitão desertor do Exército, a VPR promovia ataques a quartéis, assaltos e invasões, inspirando-se nas experiências de Cuba e da China. Sua esposa, Yara Yavelberg, psicóloga e professora universitária, foi uma importante ideóloga marxista dentro do movimento. Um dos episódios mais conhecidos foi o ataque ao quartel de Quitaúna, em São Paulo, onde foram roubadas armas e munições do Exército. Para os integrantes da VPR, o liberalismo, a participação popular e a democracia eram vistos como obstáculos que precisavam ser eliminados para a revolução.

Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares)

Formada pela fusão entre VPR e COLINA, a VAR-Palmares realizava explosões, roubos e assaltos para financiar a revolução. O grupo realizou ataques contra instalações militares e empresas estrangeiras, símbolos do “imperialismo”. Um de seus atos mais famosos foi o roubo do cofre de Adhemar de Barros, contendo grande quantia em dólares, utilizado para sustentar a organização. O grupo não se preocupava com a liberdade dos cidadãos nem com a propriedade privada, e alguns de seus integrantes mais tarde migraram para a política, levando consigo a mentalidade revolucionária.

Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8)

Originário do PCB, o MR-8 participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, no Rio de Janeiro (1969), com o objetivo de trocar o diplomata por presos terroristas e guerrilheiros. Além disso, o grupo foi responsável por assaltos a bancos e explosões de viaturas policiais em ações de propaganda armada. Para o MR-8, a violência era uma ferramenta política indispensável, usada independentemente de qualquer narrativa sobre democracia, participação popular ou direitos humanos.

Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Guerrilha do Araguaia

O PCdoB liderou a Guerrilha do Araguaia (1972–1974), inspirada no marxismo-maoísta. O objetivo era controlar territórios e consolidar a ideologia socialista, confrontando diretamente o Estado. Durante os combates, militares foram emboscados e executados por guerrilheiros, que buscavam transformar a região em uma base revolucionária. A participação popular, a democracia e a proteção da propriedade privada não faziam parte da agenda do comunismo na América Latina.

Outros Grupos

Outras organizações incluíam COLINA, PCBR, POLÓP, PCR, MOLIPO e PAM, todas alinhadas ao comunismo na América Latina e dedicadas à imposição da revolução armada. Entre suas ações, destacam-se explosões em aeroportos, atentados contra delegacias e ataques a trens para desestabilizar o regime. Suas atividades reforçaram uma intensa disputa de poder e mostraram que, para esses grupos, a ideologia era mais importante que a liberdade, a democracia ou os direitos individuais.

Narcotráfico na América Latina

Grupos revolucionários como VPR, ALN e VAR-Palmares desenvolveram métodos de assaltos, sequestros e guerrilha urbana que influenciaram o crime organizado na América Latina. Entre esses grupos, destacam-se o Comando Vermelho no Brasil, as FARC e o ELN na Colômbia, o Sendero Luminoso no Peru e os Montoneros na Argentina. O vermelho do comunismo na América Latina permeia esses grupos criminosos latino-americanos, entrelaçando comunismo e atividade criminosa.

Cocaína Vermelha, Lupemproletariado e Bandidolatria

A América Latina testemunhou uma crescente convergência entre o comunismo e o crime organizado. O lumpemproletariado — composto por marginalizados, prostitutas, dependentes químicos, assaltantes e estelionatários — passou a ser o principal idiota útil. A bandidolatria consolidou-se como a exaltação do criminoso enquanto símbolo de resistência, coragem e justiça social. A “Cocaína Vermelha” remete a antigas estratégias da União Soviética para estimular crimes, terrorismo e guerrilha no mundo.

O vermelho do comunismo está presente em diversas organizações criminosas da América Latina, evidenciando a profunda relação entre marxismo, narcotráfico e política — uma aliança criminosa contra a democracia, a liberdade, a propriedade privada e os direitos humanos.

Disputas por Narrativas Históricas

As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas por uma intensa disputa de narrativas na América Latina: teriam ocorrido golpes militares ou contrarrevoluções? Tanto a violência dos grupos terroristas e guerrilheiros quanto a repressão dos regimes militares foram relatadas de formas distintas. Evidentemente, essa parcialidade gerou versões opostas da história, refletidas em nomes de ruas, praças e escolas que homenageiam, por um lado, antigos terroristas e guerrilheiros e, por outro, militares.

Conclusão

O comunismo na América Latina e o crime organizado, a partir das décadas de 1960 e 1970, se entrelaçaram em todo o continente. Movimentos terroristas e guerrilheiros buscavam implantar ditaduras no continente, alinhando-se ao Comunismo Internacional e utilizando sequestros, assaltos e guerrilha urbana e rural como instrumentos de ação política. Derrotados militarmente pelas forças armadas em países como Brasil, Chile e Argentina, muitos desses grupos redirecionaram suas estruturas e métodos para o crime organizado. Conheça o WAF Psicologia: Atendimento Online.