A depressão não é frescura, mas uma disfunção neurobiológica, assim como o diabetes. No diabetes, o pâncreas, uma glândula localizada próxima ao estômago, não produz ou administra adequadamente a insulina. Assim, o diabético desenvolve uma série de sintomas, como fraqueza e magreza, dentre outros. Já na depressão, o cérebro não produz ou administra adequadamente a serotonina e a noradrenalina, neurotransmissores. Assim, o depressivo apresenta uma série de sintomas, vulgarmente nomeados por “problemas psicológicos”.
As alterações neurobiológicas na depressão resultam em graves alterações cognitivas. As funções executivas são realizadas pelo córtex pré-frontal, uma região do cérebro atrás da testa. Já o humor é regulado sobretudo por regiões subcorticais, como o sistema límbico e o circuito de Papez. Os depressivos podem apresentar inflexibilidade cognitiva, atenção e memória seletivas, comprometimentos no planejamento, julgamento e decisão. Ou seja, o humor triste e a apatia são apenas os sintomas mais visíveis nos depressivos. Em casos graves, com elevado afunilamento da consciência e delírios de ruína, o depressivo pode cometer suicídio.
Em nossa cultura, há uma grande banalização da doença, como se ela fosse apenas uma tristeza mais profunda. Porém, a depressão não é passiva de ser tratada com meros conselhos e opiniões religiosas. As causas da depressão (ou seja, das alterações neurobiológicas) precisam ser investigadas cientificamente a fundo, caso a caso. Assim, compreendendo as causas da depressão, é possível propor um plano psicoterapêutico de intervenção e monitorar a sua efetividade. Saber que a depressão não é uma doença mental, mas uma disfunção neurobiológica, faz toda diferença.
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