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HAARP e Rio Grande do Sul: enchentes naturais ou provocadas?

16/05/202426/12/2024 By Dr. Wasney de Almeida Ferreira

As enchentes no Rio Grande do Sul foram naturais ou causadas pelas antenas HAARP? Os chamados teóricos da conspiração alegam que as enchentes foram provocadas pelas antenas HAARP. Eles alegam que as alterações climáticas são causadas propositalmente pela elite mundial. Nesse contexto, as enchentes no Rio Grande do Sul seriam para destruir partes do agronegócio brasileiro e a soberania nacional. Abaixo, faremos uma breve análise cognitiva-comportamental acerca das enchentes no Rio Grande do Sul e das antenas HAARP.

O que são antenas HAARP?

As antenas HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program) são um projeto militar da marinha dos Estados Unidos. O objetivo declarado é estudar a ionosfera, como a propagação de ondas de rádio e GPS (Global Positioning System). Há várias antenas HAARP espalhadas em vários países do mundo, em diferentes continentes, inclusive no Brasil (ilha de Fernando de Noronha). Como são projetos militares, as antenas HAARP são repletas de histórias.

Teorias da conspiração

Os chamados teóricos da conspiração alegam que as antenas HAARP são, na verdade, armas geofísicas. Assim, a elite mundial consegue atacar um país, gerando secas, enchentes, terremotos e outros fenômenos geofísicos. Eles apresentam uma série de “provas”, algumas mais pertinentes e outras duvidosas, razão pela qual são também designados por propagadores de “fakenews”.

Por exemplo, o Parlamento Russo denunciou as antenas HAARP como armas geofísicas dos EUA (veja Federation of American Scientists). A Patente Google 4686605 também aborda métodos de alteração da atmosfera, ionosfera e magnetosfera (veja). Enfim, as antenas HAARP e as tecnologias de alterações do clima mesclam fatos e hipóteses difíceis de serem confirmadas ou refutadas por pessoas comuns.

As enchentes no Rio Grande do Sul

Dias antes das enchentes tomarem conta do Rio Grande do Sul, o Observatório do Bate Papo Astronômico filmou meteoros no estado (veja). As luzes foram percebidas de diferentes regiões do estado, inclusive de Santa Catarina. Os chamados teóricos da conspiração alegam que as luzes são efeitos das antenas HAARP, pois meteoros não provocariam tais efeitos luminosos. Independentemente, as enchentes no Rio Grande do Sul começaram dias depois dos fenômenos atmosféricos.

As enchentes no Rio Grande do Sul são ainda mais confundidas com fatos já documentados, como a criação de chuvas artificiais. A semeadura de nuvens é uma forma de gerar chuva artificialmente a partir de produtos químicos (veja). Por exemplo, as enchentes que ocorreram em Dubai (região desértica com baixa precipitação de chuva) também foram acusadas de serem produzidas por ações humanas inconsequentes (veja). Em resumo, distinguir fenômenos naturais de intervenções humanas tem sido cada vez mais difícil na atualidade.

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Terapia Cognitiva-Comportamental

Como a Terapia Cognitiva-Comportamental pode explicar as enchentes no Rio Grande do Sul e as antenas HAARP? Os pensamentos são desencadeados por gatilhos do ambiente, como luzes no céu, notícias, chuvas intensas, tremores de terra. Esses pensamentos geram emoções e reações corporais, que são suportados por esquemas e crenças transmitidas socioculturalmente ao longo das gerações. As crenças e esquemas encontram-se no “miolo” da personalidade da pessoa e influenciam suas percepções, pensamentos, emoções e reações corporais.

Fatos e percepções

A cognição humana frequentemente confunde fatos com percepções, pensamentos, emoções e sensações corporais. No entanto, a realidade factual existe independente e externamente a cognição humana. Por exemplo, é um fato que, dias antes das enchentes, ocorreram fenômenos no céu do Rio Grande do Sul (veja). Porém, dizer que essas luzes foram “antena HAARP”, “queda do domo”, “inversão do campo geomagnético”, “invasão alienígena” ou mesmo “meteoros” é apenas percepções. Em resumo, é necessário fazer o teste de realidade (como pesquisa) e averiguar qual percepção denota corretamente os fatos.

Pressão por sentido e narrativa autobiográfica

A cognição humana é um poderoso processador de informações e é programada para construir narrativas sobre as experiências. A cognição humana precisa assimilar as experiências ou, então, acomodar suas crenças e esquemas para adaptar as novas experiências. Por exemplo, no início das chuvas, a cognição humana pode ter considerado as enchentes no Rio Grande do Sul apenas como mais uma enchente (assimilação). Porém, a partir da extrapolação dos limites de chuva, a cognição humana precisou modificar seus esquemas e crenças, para “encaixar” as novas experiências (acomodação).

Pensamentos antropomórficos

Os pensamentos antropomórficos ocorrem quando a cognição humana atribui características humanas a seres inanimados, como animais, vegetais e plantas. Muitos fenômenos da natureza, como enchentes, furacões e terremotos são antropomorfizados. Por exemplo, no passado, esses fenômenos da natureza eram antropomorfizado como ações de espíritos, deuses, anjos ou demônios. Na atualidade, a antropomorfização de fenômenos da natureza ocorre de acordo com as crenças e esquemas contemporâneos: “extraterrestres”, “elite mundial”, “queda do dono”, “NASA”, etc.

Pensamentos mágicos

Os pensamentos mágicos ocorrem quando a cognição humana associa experiências similares no espaço ou contíguas no tempo. Por exemplo, o show da Madona (repleto de pornografias) ocorreu ao mesmo instante em que as enchentes destruiam o Rio Grande do Sul. Além das enchentes (que seriam causadas pelas antenas HAARP, segundo os chamados conspiracionistas), tremores de terra e deslizamentos ocorreram no estado. Enfim, “tudo se encaixa, faz sentido, as antenas HAARP criando enchentes e tremores de terra, enquanto a elite comemora os sacrifícios humanos no show da Madona”.

Viés de confirmação

O viés de confirmação ocorre quando a cognição humana “puxa a sardinha” para o lado das suas crenças e esquemas. Por exemplo, um meteorologista tradicional considera as enchentes do Rio Grande do Sul como consequências naturais do aquecimento global (veja). Ao ouvir sobre as antenas HAARP e outras tecnologias de alterações do clima, ele ignorará completamente essas informações, taxando-as como “teorias da conspiração” ou “fakenews“. Além disso, o meteorologista tradicional pesquisará apenas informações que confirmam suas crenças e esquemas de aquecimento global natural.

Paranoia, histeria e psicose de massa

Quando uma hipótese não pode ser empiricamente verificada, se é verdadeira ou falsa, a cognição humana entrar num estado de paranoia. Por exemplo, “a antena HAARP de Fernando de Noronha está causando enchentes e tremores de terra no país”. Essa é uma hipótese que pessoas comuns não conseguem verificar, se é verdadeira ou falsa, pois lhes faltam equipamentos, tecnológicos e científicos para a verificação. Se a pessoa insistir em verificar o que não pode ser checado, o teste de realidade (uma função cognitiva comprometida em psicóticos, como esquizofrênicos) acaba sendo danificado.

Por exemplo, as pessoas passam a seguir um canal no Youtube, seguir um grupo no WhatsApp ou Instagram, “bolhas perceptuais” que reforçam suas crenças e esquemas. Os algoritmos das redes sociais, por sua vez, sugerem mais do mesmo para essas pessoas, e não conteúdos que contradizem e enfraquecem as suas crenças e esquemas. Assim, presas em “bolhas perceptuais”, as pessoas começam a “confirmar” suas crenças e esquemas por meio de vídeos, informações e notícias: “Faz sentido, tudo se encaixa, meu Deus do céu!”.

No final, as pessoas de uma mesma “bolha percetual” começam a ter delírios (paranoicos, de grandeza, de revelação, etc.), interpretações delirantes, sintomas dissociativos e psicossomáticos (diarreia, dores de cabeça, gastrite nervosa, etc). Como são fenômenos psicóticos (teste de realidade comprometido) é quase impossível mudar as crenças e esquemas dessas pessoas. Diante informações que contradizem ou enfraquecem suas crenças e esquemas, essas pessoas fogem e esquivam, não raro em pensamentos paradoxais: “É claro que esse documento russo sobre as antenas HAARP como armas geofísicas é fakenews“.

Considerações finais

As pessoas comuns não são capazes de verificar, se é verdadeiro ou falso, a hipótese de que as antenas HAARP causaram as enchentes no Rio Grande do Sul. Essa impossibilidade de verificação da hipótese (que compromete a função cognitiva do teste de realidade) ocasiona em paranoia, histeria e psicosse de massa. Isso ocorre porque a cognição humana é programada para dar sentido as experiências de modo a construir uma narrativa biográfica consistente com as crenças e esquemas. Por agora, restam as pessoas comuns que saiam de suas “bolhas perceptuais” e busquem informações que contradizem suas crenças e esquemas. Fale comigo, faça TCC-online.

 

2 thoughts on “HAARP e Rio Grande do Sul: enchentes naturais ou provocadas?”

  1. Georgia Muniz disse:
    23/05/2024 às 23:16

    Tudo causado pelos nossos pensamentos sim , amigos 🤣

    Responder
  2. Eduardo Lublanski Ferreira Lima disse:
    31/05/2024 às 10:50

    Muito boa postagem. Os jornalistas deveriam aprender com você antes de postar as publicidades encomendadas deles falando que alteração climática não existe, que é tudo besteira e que é tudo culpa da natureza sem nunca terem pesquisado uma linha sobre o assunto.
    Você fez não tomou partido, apresentou fatos e boas fontes que os corroboram, e zelou pelas boas práticas jornalísticas mesmo sendo de outra área. Parabéns.

    Responder

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